terça-feira, 30 de agosto de 2011

‘Turismo do divórcio’ avança na Itália

Bom dia queridos leitores! Confesso que eu fico mais feliz em falar do turismo da lua de mel...rs rs mas gostaria de compartilhar a notícia (curiosa) com vocês. Um forte abraço.


Um divórcio não sai barato. Durante uma profunda crise, pode significar um peso ainda maior para os casais. Na Itália, um dos países europeus afetados pela crise da dívida, homens e mulheres encontraram uma forma para driblar esses custos e acelerar o processo de separação: viajam para o Leste Europeu. 

Uma vez lá, assinam todos os papéis muito mais rápido e bem mais barato do que se fizessem o divórcio em escritórios em Turim, Milão ou Roma. 

O fluxo do turismo do divórcio já havia sido iniciado em 2007, quando a Romênia entrou para a União Europeia. Pela lei europeia, um divórcio assinado em qualquer país do bloco é imediatamente reconhecido por todos os demais. Com a crise que assolou a União Europeia a partir de 2008, o número de "turistas" aumentou. 

Como em toda crise, há os que ganham e os que perdem. Uma empresa de Bolonha, a Divorzio Comodo, criou um serviço, que segundo eles, organiza os pacotes de viagem diante da constatação do aumento crescente no número de casais tomando essa rota. 

Contactado pela reportagem do Estado, a agência de divórcio barato informou que o pacote para duas pessoas, com passagem, transporte e todo o processo para o divórcio sai por US$ 5 mil, um terço do preço médio gasto por um casal na Itália. 

O prazo também é muito mais rápido. Um casal que está com viagem marcada para Bucareste nesta semana espera ter a situação regularizada até dezembro. "Na Itália, um divórcio pode levar cinco anos para ser homologado e os custos são enormes", explicou a agência. 

Os casais brigados tomam um avião até Bucareste, na Romênia. No desembarque são aguardados por agentes que os levam diretamente à Justiça, onde dão entradas nos papéis. 

Segundo a Divorzio Comodo, o casal pode até mesmo optar por ir e voltar no mesmo dia. Outra opção é a de ficar uma noite e dois quartos separados são oferecidos. 

Um dos clientes da agência, que pediu para não ser identificado, contou ao Estado que havia decidido procurar o serviço porque não tem emprego, suas economias estão se esgotando e não queria pagar por um advogado na Itália para acompanhar seu processo por anos. 

A agência estima que, em quatro anos, oito mil italianos deixaram o país para conseguir o divórcio mais barato. Há até mesmo uma Liga Italiana para o Divórcio Rápido, que faz lobby para mudanças nas leis no Parlamento para permitir um processo acelerado. A Itália, apesar de conviver com o Vaticano, é o país com a maior taxa de separações da Europa, com 478 por mil casamentos realizados. A taxa é duas vezes superior à registrada em 1995. 

Fonte: AASP (Jamil Chade)

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