segunda-feira, 31 de maio de 1999

Nazaré Paulista - Como vencer uma trilha após três longas tentativas (desastrosas, mas engraçadas...)

O local escolhido para a trilha de estréia foi Nazaré Paulista. Distante de São Paulo 120 Km, a estrada que leva até lá é ótima. Os últimos 20 Km são de terra batida, mas o sacrifício é compensado pela beleza do lugar. A trilha é leve, de 20 Km em terreno de baixa dificuldade técnica. O lugar é lindo. Estacionamos o carro, nos informamos com a pousada sobre o início da trilha e partimos.
No primeiro Km percebemos que havíamos esquecido o mapa, estudado cuidadosamente nos dias anteriores. Mas o pior é que acreditamos que poderíamos continuar sem ele. Só tivemos absoluta certeza de que estávamos perdidos quando os tais 20 Km já tinham passado e nós ainda estávamos pedalando ao redor da represa. O maior problema da região é que os próprios moradores, que são pouquíssimos, não conhecem nada por ali.
Com 35 Km de pedaladas, o Cris com seu bom condicionamento físico não reclamava da distância. Mas eu, pobre mortal, já não agüentava mais. Minhas pernas já não obedeciam mais, apenas pedalavam porque tinham que seguir a bike do Cris que seguia na minha frente...
Com 45 Km, descobrimos o motivo pelo qual estávamos perdidos: nós iniciamos a trilha para o lado contrário. Assim, transformamos o percurso de 20 Km em um caminho que chegaria a 70 Km . Para nossa alegria, estávamos próximos a um Pier. E mesmo contra a nossa vontade, fomos obrigados a voltar para a pousada de lancha, porque não tínhamos mais condições físicas e psicológicas de prosseguir pedalando.
Hoje nós podemos rir de tudo isso. E aprendemos muito bem que a primeira coisa a verificar na bagagem é o mapa. O sentimento de frustração deste dia nos levou ao mesmo lugar no final de semana seguinte, para percorrer a trilha no caminho certo.
Chegamos novamente a Nazaré Paulista com um lindo dia, na maior expectativa. Diante dos mesmos preparativos, estacionamos o carro, não esquecemos o mapa e marcamos o almoço da pousada para a volta da tão esperada trilha.
Mas então, quando já estávamos próximos dos 4 Km de trilh... CRASH!!! O pedal da bike do Cris caiu! Voltamos os 4 Km, andando, conseguimos uma chave adequada, resolvemos o problema e prosseguimos a trilha, mas CRASH!!! de novo... e então enxergamos o parafuso espanado do pedal, que frustrou nossa trilha mais uma vez, nos deixando com toda raiva do mundo.
Nem preciso dizer o quanto este dia foi frustrante. Para não perder a viagem, almoçamos conforme o combinado e aproveitamos o lindo dia de sol admirando a beleza do lugar. No dia seguinte, tratamos de levar as bikes para uma revisão e ter certeza de que tudo estava correto.
Novamente, no terceiro final de semana, retornamos com toda persistência. Mais um belo dia de sol, tudo muito bem planejado e verificado com antecedência. Iniciamos a trilha confiantes. Admirávamos cada pedacinho da natureza. E ainda nos encantamos com uma cachoeira muito bem protegida pela mata, em meio à natureza. Um lugar fascinante. Conseguimos então terminar este percurso de natureza tão bela, uma linda cachoeira e muitas histórias para contar...

sábado, 15 de maio de 1999

Onze meses de expectativas até a compra das mountain bikes

Uma das partes mais complicadas na compra das bikes foi a certeza de escolher o modelo mais adequado a nós dois. Depois de muitas leituras nas revistas especializadas e muitas pesquisas na Internet, começamos a visitar as lojas.
Acredito que visitamos as principais lojas de São Paulo. Selecionamos por região e durante meses nossos finais de semana foram assim: de loja em loja, com lápis e papel na mão... Aos poucos nos habituamos com as marcas e modelos e as diferenças nos equipamentos.
Há quatro meses estávamos pesquisando e juntando dinheiro. Viajamos para a Ilha do Mel já sabendo que logo que voltássemos poderíamos realizar a tão esperada compra. Viajamos com as nossas primeiras bikes mas já imaginando como seria quando estivéssemos com as novas.
Fazia uma noite deliciosa na Ilha. Jantávamos na pousada assistindo ao noticiário da TV que já não acompanhávamos há alguns dias. De repente, como num choque elétrico de alta voltagem, nos olhamos estarrecidos diante da TV: devido a problemas políticos (que não quero relembrar aqui!), o dólar tinha disparado e a tendência era continuar a subir a cada dia...
A sensação de perder algo que estava quase em nossas mãos foi simplesmente terrível... parecia um pesadelo e nós não queríamos acreditar. Para não estragar a viagem, decidimos ser otimistas e pensar que quando chegássemos em São Paulo já teríamos notícias melhores. Grande engano.
O dólar realmente disparou e as bikes praticamente dobraram de valor. Sem contar que muitos modelos desapareceram por algum tempo. Os próprios distribuidores estavam com dificuldade para trabalhar, devido ao grande aumento.
Bem, mesmo depois do choque, decidimos não desistir. Continuamos a pesquisar, a visitar, a olhar as lojas. Até que selecionamos a que consideramos a melhor (avaliando atendimento de venda e pós-venda, qualidade e localização). Passamos a visitar somente ela. Nos tornamos amigos dos vendedores antes mesmo de comprar as bikes. A impressão que eu tenho hoje é de que eles acompanharam toda nossa expectativa antes da compra!
Com tanto tempo de pesquisa, já sabíamos o suficiente para comprar as bikes com segurança. A escolha dos modelos também foi feita de forma consciente. É claro que o fator principal levado em consideração foi o custo-benefício, mas com muita cautela.
A espera que duraria quatro meses acabou se transformando em onze longos meses... Na época foi muito difícil esperar. Ter a paciência para não cometer nenhum erro foi essencial. Devo confessar que só consegui porque o Cris soube me convencer.
Da encomenda até a chegada das bikes se passaram poucos dias. Mas para nós, uma eternidade... A maior felicidade então foi quando pudemos levá-las para casa e esperar o grande dia de estréia. Hoje eu sei o quanto foi importante o tempo que soubemos esperar. Foi gostoso curtir essa fase de expectativa, de conquista, de sonho. Fizemos a escolha certa. A bike certa, os equipamentos ideais e todas as ferramentas necessárias.