quarta-feira, 6 de janeiro de 1999

Quando o Parque do Ibirapuera ainda era o limite

Nos tornamos freqüentadores assíduos do Parque do Ibirapuera. Pedalávamos incansavelmente naquele congestionamento de bikes, pedestres, patins e outros esportes. Mas nos sentíamos realizados: tínhamos uma atividade saudável e um esporte gostoso para praticar nos finais de semana.
Contávamos cada dia da semana para a chegada daquele sábado ou domingo tão esperado no Parque do Ibirapuera. Essa espera nos trazia vida, uma vontade cada vez maior de aproveitar cada minuto do nosso tempo para praticar esportes e fazer o que realmente gostávamos.
Na sexta-feira a noite já arrumávamos tudo para a pedalada do dia seguinte. No sábado acordávamos bem cedo para aproveitar o Parque ainda mais vazio. Mas em pouco tempo já se formava um enorme congestionamento de pedestres na ciclovia.
Mesmo assim nós adorávamos. Depois de horas de pedaladas, escolhíamos dentro do Parque uma lanchonete bem simples que servia uma água de coco deliciosa. Era muito gostoso estacionar as bikes à sombra e nos recostarmos numa árvore para comentar a nossa manhã de sol no Parque.
Pedalamos tanto em ao redor daquele lago, que com o passar do tempo queríamos mais. Acompanhávamos na época revistas especializadas sobre mountain bikes e sonhávamos ir mais longe. Estávamos eufóricos com a possibilidade de fazer trilhas na terra, entre montanhas, rios e cachoeiras. Queríamos o esporte em verdadeiro contato com a natureza. Mas sabíamos que nossas bikes ainda não eram ideais para esse tipo de percurso.
Devoramos inúmeras revistas e livros sobre o esporte, sobre turismo e sobre uma futura (e longínqua) aquisição: uma mountain bike de verdade. Foi nesta época que começamos a estudar o mountain bike. Líamos tudo sobre o assunto, sobre as bikes importadas, com suspensão, os equipamentos adequados e as verdadeiras trilhas. A cada nova pedalada no Parque, estávamos alimentando mais um pedacinho desse sonho. Tivemos muita paciência e curtimos muito esses momentos. Sempre soubemos que sonhar é vital para se sentir feliz e com vontade de viver cada dia mais. Sempre acreditamos nisso.

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