quarta-feira, 31 de janeiro de 2001

Floripa SC - Procura-se um mapa desesperadamente


Durante um ano estivemos a procura de um mapa para descobrir Floripa – a tão famosa ilha da magia. Foram muitos os contatos com o centro de informações turísticas, lojas de bike e principalmente a Internet. Mas não conseguimos nada de muito concreto. Como Florianópolis fazia parte do nosso roteiro de férias, encaramos o desafio e partimos com pouquíssimas informações.
O mês de janeiro transforma Floripa: há superlotação de hotéis e pousadas. E os preços sobem, sobem muito. Depois de muitas tentativas conseguimos encontrar uma pousada bem razoável para ficar: piscina, café da manhã, bom preço e excelente localização. Estávamos de frente para a Lagoa da Conceição, próximo à Praia da Joaquina e Praia Mole.
Os cinco dias que aqui passamos ainda não foram suficientes para descobrir todos os encantos da Ilha. Seus mirantes, suas dunas, suas paisagens deslumbrantes e principalmente suas praias maravilhosas. O SandBoard na Praia da Joaquina, a água de coco com o visual da Praia Mole, a agitação de Canasvieiras, o mirante da Lagoa da Conceição, tudo é mágico e cada paisagem consegue surpreender a cada instante.
Com as poucas informações que tínhamos em mãos, seguimos com nossas bikes em direção a uma trilha chamada Costa da Lagoa. Antes nos abastecemos de muitas frutas, porque o calor aqui nesta época é muito forte. Antes de iniciar a trilha, percorremos o centro da Lagoa da Conceição. Foi uma pedalada muito interessante, porque a Lagoa é linda e o dia era ideal: quente e de céu muito azul.
O início da trilha é de asfalto, com uma bonita paisagem da Lagoa da Conceição, por diferentes ângulos. Vibramos de felicidade quando começou a estrada de terra. Muitos morros e single tracks. Mas nossa alegria durou pouco. Após alguns kilometros a trilha se torna apropriada apenas para Trekking. São muitas pedras, pedras enormes, que ficam bem no meio da trilha, impedindo a passagem das bikes. Como já passamos por essa experiência em Ilha Grande, decidimos que o melhor era deisitir. Fomos obrigados a encerrar a trilha e nos contentarmos em voltar, ainda para aproveitar as pedaladas beirando a Lagoa. Floripa é tão mágica que merece retorno, e ainda continuamos a busca por uma verdadeira trilha, que nos leve a descobrir novas paisagens e belezas naturais da Ilha.

Canela RS - A emoção da paisagem na Trilha do Morro Pelado



Não havia uma trilha programada para Canela. Tínhamos a intenção de apenas conhecer esta formosa cidade de bike. Canela é uma cidade fantástica. Sua arquitetura diferenciada é capaz de encher os olhos de qualquer turista. As hortênsias, típicas da região, estão por toda parte. Crescem por todos os cantos: nas ruas, nos jardins e até mesmo nas estradas. É uma paisagem belíssima.
Tem muitos pontos turísticos que merecem uma visita. E assim planejamos cuidadosamente cada passeio: O Parque e a Cascata do Caracol, O Castelinho, a Catedral de Pedra, o centrinho percorrido de bike, o artesanato, os vinhos e deliciosamente a autêntica churrascaria gaúcha, com direito a shows típicos da região e claro, muito chimarrão.
Também conhecemos Gramado, tão acolhedora quanto Canela. Estivemos em São Francisco de Paula e em Cambará do Sul, onde fizemos uma trilha a cavalo com duração de um dia. O guia esteve conosco por mais de sete horas e nos contou muito sobre a região. A chuva e a garoa forte nos acompanharam durante todo o dia, mas o passeio ainda assim foi fabuloso. Andar a cavalo durante tantas horas foi algo totalmente novo para nós dois, e maravilhosamente inesquecível.
Até então não acreditávamos que conseguiríamos uma grande trilha de mountain bike. Mas, no centro de informações turísticas da cidade descobrimos a Trilha do Morro Pelado. Resolvemos conhecê-la, mesmo sem maiores referências. Achamos que ela não traria emoções extremamente mais fortes.
Bem, grande engano: Morro Pelado. Iniciamos a pedalada desacreditando de grandes paisagens. Mas a subida se tornava cada vez mais íngreme, nós não parávamos de subir. Pouquíssimos carros passaram pelo mesmo caminho. Mais uma vez estávamos acompanhados de muitas hortênsias. Pedalamos morro acima por quase 10 Km. Já estávamos pensando na volta, que seria deliciosa... e imaginando o quanto seria alucinante o visual que encontraríamos ao final desta trilha. Simplesmente incrível. Emocionante, espetacular, fantasticamente especial. Estávamos diante de um vale imensamente verde, que significava o lado oposto à cidade de Canela. Assim como em todo o caminho, o topo do morro estava repleto de hortênsias.. Ficamos ali, deitados no gramado, entre o verde e as hortênsias, admirando o infinito horizonte. Mais um espetáculo da mãe natureza que nós pudemos presenciar e manter vivo em nossas lembranças.

Corupá SC - Mountain Biking e Trekking na Rota das Cachoeiras

Encontramos em Corupá tudo que procurávamos. A cidade do interior de Santa Catarina, a 500 Km de São Paulo (via Curitiba), é perfeita: pequena, acolhedora, charmosa, com uma paz aparente para quem procura por ela e uma adrenalina de aventuras para quem procura por muitas emoções.
Corupá tem apenas um hotel, que dispensa qualquer comentário. Seus chalés são cuidadosamente decorados. Todos têm vista para as montanhas. O Hotel conta ainda com lago e pedalinhos, piscina e um excelente restaurante. Aproveitamos o primeiro dia na cidade para descansar, aproveitar o calor na piscina e estudar o mapa para a trilha do dia seguinte.
Acordamos bem ansiosos e saímos do hotel pedalando. A trilha chamada de Rota das Cachoeiras tem 17 Km de ida e o mesmo caminho para a volta. Nosso destino era chegar a Rota de 14 cachoeiras. Uma delas, a mais distante, a maior e de difícil acesso nós pudemos avistar da trilha. Mesmo estando tão longe, foi possível perceber sua imponência no topo da montanha.
Fomos muito bem recebidos na entrada do Parque. Com uma entrada bem simpática, tem estacionamento, lanchonete, piscina e banheiros. Deixamos nossas bikes com os próprios donos da lanchonete. A partir dali deveríamos seguir a pé, morro acima, num verdadeiro trekking de mata fechada e subidas verdadeiramente íngremes.
As cachoeiras são deslumbrantes, o local é bem preservado e a natureza ainda é selvagem. Se dependesse apenas do Cris, com certeza ele teria ido até a última cachoeira. Mas como eu não tenho o mesmo preparo físico, tive que pensar em guardar pernas para fazer o trekking de volta e ainda para os 17 Km de volta na trilha. Chegamos até a quinta cachoeira e retornamos. Paramos para o lanche, mergulhamos na piscina para refrescar, pegamos as bikes e partimos.
Na volta, fomos surpreendidos por uma forte chuva, que nos fez parar em um abrigo por alguns minutos. Por errarmos o caminho no final da trilha, pedalamos ainda mais 2 Km, só que pela Rodovia, que é extremamente perigosa. Não há acostamento, o que tornou o percurso muito demorado. Tanto eu como o Cris também tivemos direito a “comprar terrenos” (alguns tombos, na linguagem de bikers).
Enfim, chegamos ao hotel com o cair da noite e caímos na piscina também. Apesar do vento frio do anoitecer, foi um mergulho bárbaro. Depois de um dia incrivelmente quente, esse mergulho realmente recarregou nossas energias e completou mais um dia belíssimo.

5500 km de carro pela região Sul do Brasil

01/2001